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Manifestação em solidariedade ao jornal Charlie Hebdo em Bruxelas / Bélgica

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Sobrevivente do ataque ao Charlie Hebdo prepara nova edição da revista

Criado em 10/01/15 13h20
Por Agência Lusa

Uma das sobreviventes do ataque à redação do Charlie Hebdo, em Paris, a cartunista Corinne Rey, conhecida como "Coco", disse à Agência Lusa que o importante agora é preparar a edição de quarta-feira do semanário. A publicação deverá contar com uma tiragem excepcional de um milhão de exemplares.

"Obrigada pelo apoio. Estamos todos muito chocados, mas é preciso erguer-se senão também nos enterramos. Continuem a mobilizar-se sob todas as formas", escreveu "Coco", em resposta ao pedido de entrevista da agência.

Corinne Rey sublinhou que "a única entrevista" que iria dar seria ao programa de debate televisivo "28 Minutes", do qual é colaboradora habitual, no canal franco-alemão Arte, na sexta-feira (9) à noite.

"Temos um jornal a preparar para quarta-feira", justificou à Lusa a cartunista de 32 anos, várias vezes premiada pelas suas caricaturas e colaboradora, também, da revista cultural "Inrockuptibles".

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A intervenção de "Coco" no final do programa "28 Minutes" durou cerca de três minutos e começou com a apresentação de um "cartoon" em que mostrou um gato atingido por quatro balas "que diz que Charlie tem sete vidas como os gatos”. “Somos atingidos mas não afundamos", afirmou.

"É verdade que eu estava na redação nessa altura e não há palavras para descrever o que se passou. Perdemos realmente pessoas formidáveis pelas quais devemos ter muita admiração. Perco amigos, uma família e agora vamos ter mesmo de nos reconstruir", continuou a cartunista, com a respiração dificilmente controlada para conter as lágrimas.

Corinne Rey deixou, ainda, um apelo: "Queria sobretudo dizer que, apesar do que se passou, não se pode ceder. Penso que é o que o Charb [diretor do jornal] iria querer. Penso que é o que se deve fazer e convido toda a gente a mobilizar-se e a apoiar o jornal".

Em conclusão e perante a emoção de todos os participantes do programa, "Coco" lamentou que "tenha sido necessário tais acontecimentos" para que "a luta contra os extremistas" despertasse, agradecendo a todas as pessoas que apoiam o semanário e também ao programa "28 Minutes", que classificou como a sua "outra família".

Tragédia

Na quarta-feira (7), em estado de choque e ainda no local do massacre no Charlie Hebdo, a cartunista tinha dado o primeiro testemunho ao jornal l'Humanité: "Tinha ido buscar a minha filha no jardim-de-infância e ao chegar diante da porta do prédio do jornal, dois homens encapuzados e armados ameaçaram-nos de forma brutal. Eles queriam entrar, subir”.

“Digitei o código. Eles dispararam sobre Wolinski, Cabu. Durou cinco minutos. Refugiei-me debaixo de uma secretária... Eles falavam perfeitamente francês e reivindicavam-se ser da Al-Qaida", transcrevia o l'Humanité.

França registrou, desde quarta-feira (7), três incidentes violentos, que começaram com o atentado à sede do jornal Charlie Hebdo, em Paris, provocando 12 mortos (10 jornalistas e cartunistas e dois polícias) e 11 feridos.

Os dois suspeitos, os irmãos Said Kouachi e Cherif Kouachi, de 32 e 34 anos, foram mortos na sequência do ataque de forças de elite francesas a uma gráfica, em Dammartin-en-Goële, nos arredores da cidade, onde se barricaram.

Na quinta-feira (8), foi morta uma agente da polícia municipal, no sul de Paris, e fontes policiais estabeleceram já “uma conexão” entre os dois ‘jihadistas’ suspeitos do atentado ao Charlie Hebdo e o presumível assassino.

Na sexta-feira (9), ao fim da manhã, pelo menos quatro pessoas foram mortas numa loja 'kosher' (judaica) do leste de Paris, numa tomada de reféns, incluindo o autor do sequestro, que foi igualmente morto durante a operação policial.

Creative Commons - CC BY 3.0

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