Sem chances para 2020, “Neymar do boliche” conta com rede de contatos para poder treinar

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Marcelo Suartz ganhou medalha de ouro no Pan de Toronto, por Stephanie Martins

Popular como esporte recreativo, o boliche esteve a um passo de chegar ao programa olímpico. O esporte chegou a ficar entre os oito candidatos a entrar nas Olimpíadas de 2020, mas ficou de fora da lista final (com cinco esportes). Agora, o foco é em 2024. Pelo menos é o que diz Marcelo Suartz, campeão Pan-Americano em Toronto (Canadá) e conhecido como “Neymar do boliche”.

Suartz diz que o esporte está tentando “se reciclar” para entrar no programa olímpico. “A Federação Internacional de Boliche já está agindo em duas frentes: tornar o esporte menos demorado e tornar as regras mais simples em relação à pontuação”, aponta.

Enquanto o boliche não vira esporte olímpico ele concilia os treinos (de uma hora, seis a sete vezes por semana) com o trabalho na área de marketing. “Agora, estou trabalhando em um clube de boliche e devo conseguir treinar duas horas por dia”, conta. Além do treino prático, ele conta com uma “rede de contatos” que os ajudam nas competições.

“No Pan de Toronto, conheci a psicóloga da seleção brasileira de boxe. Entramos em um acordo e eu consigo ter sessões com ela. Uma nutricionista amiga também me ajuda com a parte de equilibrar uma alimentação”, afirma.

O atleta também acredita que o esporte deve crescer se conseguir tornar-se olímpico algum dia. “Quando estudei nos EUA, o boliche me ajudou [ele foi considerado o melhor jogador universitário da liga do país]. Quando me formei, poderia me profissionalizar por lá. Mas preferi vir para o Brasil e conciliar trabalho e estudo. Se o esporte se tornar olímpico, podemos ter alguns profissionais como em outros países”, diz. Ele lembra que há jogadores em países como Malásia e Singapura que recebem salários vultosos para jogar.

Para os Jogos Olímpicos do Rio, ele, paulistano recém-chegado à “Cidade Maravilhosa”, vai tentar conseguir alguns ingressos para assistir amigos da “redes de contatos” formada no Pan. “Vou torcer especialmente para o pessoal do hóquei, do boxe, dos saltos ornamentais e polo aquático. Vou tentar arranjar de última hora”, conta.

Boliche

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As chances para os Jogos Olímpicos de Tóquio já não existem para o boliche. Resta agora focar para 2024. Há um movimento para simplificar as regras do esporte e tentar a inclusão. Mas, sem dúvida, o boliche não está entre os mais cotados.

 

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Apontado como atividade “quase” amadora no país, o Brasil está em um pelotão intermediário no esporte. A maior força do país do esporte é Marcelo Suartz, medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos de Toronto. Em uma autoavaliação, ele coloca atletas do Brasil no “Top 30, no mínimo”. Ou seja, correndo por fora por uma medalha em Olimpíadas. Para ele, Coreia do Sul, Austrália e EUA são as principais forças no esporte.

 

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No mundo, quase toda cidade média ou grande tem um clube de boliche para recreação. Isso faz o esporte ser conhecido em todo planeta. Como atividade profissional, ele não é tão popular. De acordo com o ranking do Biggest Global Sports, o esporte é o 78º do mundo.