Carolina Gonçalves e Renata Giraldi
Enviadas especiais da Agência Brasil
Os 115 chefes de Estado e de Governo que participarão da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) receberão um documento fechado e já acordado. Caberá a eles discutir questões mais amplas, como o futuro do planeta e a sustentabilidade, e como cada um observa a execução dessas ações. O secretário executivo da Rio+20, Luiz Alberto Figueiredo Machado, rechaçou hoje (17) a hipótese de um texto inconclusivo ser entregue aos líderes políticos.
“O documento não irá para chefes como está [referindo-se ao rascunho fechado ontem]. É para ser fechado antes do início da conferência [até amanhã à noite]. Os chefes vão debater [vários] temas que sempre debatem, em quatro mesas-redondas, eles discutirão como implementar as decisões [definidas no documento]”, disse o embaixador.
Segundo Figueiredo Machado, os chefes de Estado e de Governo vão discutir o que seus países fazem na área de desenvolvimento sustentável e como cada um vê a situação global envolvendo o tema. Ele reiterou que o documento deverá ser fechado até amanhã à noite.
A resistência de norte-americanos e de vários representantes de países ricos aos itens relativos à proteção dos oceanos, segundo o embaixador, não impede que o tema venha a ser colocado no texto final. De acordo com ele, a estratégia envolve argumentos e linguagens adequados. Para Figueiredo Machado, as negociações sobre oceanos caminham de forma pontual.
Apesar de o rascunho excluir vários assuntos conflitantes e reduzir o texto a 50 páginas, o embaixador disse que o documento deve ser visto como um avanço. “O texto não só impede retrocessos como traz avanços em várias áreas, como criar objetivos de desenvolvimento sustentável. E isso marcará a cooperação internacional nas próximas décadas. Isso não é pouca coisa”, disse ele.
Porém, Figueiredo Machado reconheceu que as dificuldades envolvendo os financiamentos, as definições sobre metas a curto, médio e longo prazos, além da criação de um organismo para agregar o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) persistem. No entanto, o embaixador minimiza as dificuldades informando que o clima “é positivo e conciliador”.
“O clima é muito bom nesses grupos de negociação porque todos estão aqui para chegar a um resultado. Há um clima de apoio ao Brasil e de reconhecimento dos esforços brasileiros. Percebemos isso em todos os níveis da negociação”, disse Figueredo Machado.
Edição: Andréa Quintiere
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