A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, fez um apelo hoje (15) às federações de Indústrias e Empresas do Brasil para que se engajem no processo de ampliar a participação das mulheres nos conselhos de Administração. Atualmente, apenas 11% das empresas que negociam ações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) têm mulheres nesses conselhos, segundo uma pesquisa do Ministério do Meio Ambiente.
“Os conselhos de Administração com mais mulheres participando, certamente, poderão ter uma nova escala em torno da questão da sustentabilidade, principalmente em relação às opções de consumo”, destacou Izabella Teixeira.
A ministra participou, na manhã de hoje, com outras mulheres que ocupam cargos de destaque no país, de uma conferência para discutir a questão da igualdade de gênero como pressuposto para o desenvolvimento sustentável, no espaço Humanidade 2012, no Forte de Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro.
A ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros, lembrou que os desafios ainda são muito grandes para as mulheres na conquista de direitos. “O nível de opressão que sofremos [mulheres] é o que nos une, não importa a classe social, o lugar onde estejamos. É uma opressão que é diferenciada e reconfigurada por esses lugares que ocupamos, que também é uma realidade das mulheres do mundo empresarial.”
A senadora Marta Suplicy (PT-SP) destacou que a conferência dá ênfase ao papel importante da mulher na busca por um mundo mais sustentável. “Esta é a primeira vez que se dedica um espaço para falar sobre a mulher que é quem educa e compra os produtos domésticos. Se a mulher não for parte intrínseca desse processo, não vamos ter o movimento que realmente queremos. À medida que a questão de gênero caminha mais rápido, teremos o meio ambiente preservado com muito mais rapidez”, disse a senadora.
O presidente da Federação de Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaff, também defendeu a ampliação da participação feminina em postos importantes. “O papel das mulheres é muito menor do que poderia ter sido ao longo dos anos, mas não devemos gastar energia com o passado e o que nos interessa é o futuro para garantir uma participação máxima em todas as áreas, pois quanto mais melhor para o Brasil”, disse.
Edição: Juliana Andrade