Flávia Villela e Thais Leitão
Repórteres da Agência Brasil
Centenas de jornalistas reunidos na central de mídia montada no Riocentro, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, comemoraram com aplausos o encerramento do evento, na noite de hoje (22).
Poucas horas antes, a imagem de um delegado que dormia enquanto eram lidas as considerações finais sobre o documento aprovado pelos países-membros foi a atração dos profissionais que cobriam os últimos discursos da cúpula de chefes de Estado e Governo. Flagrado pelas câmeras oficiais do evento, ele ofuscou a fala do orador da Suíça na plenária. Minutos depois, ele acordou e foi aplaudido por jornalistas, que aproveitaram para fotografar e filmar a cena inusitada.
Mais cedo, outro evento também disputou a atenção de repórteres no centro de mídia: o jogo em que a Alemanha derrotou a Grécia por 4 a 2, pelas quartas de final da Eurocopa. Assistindo à partida pelas telas de computadores, eles comemoraram os gols com gritos abafados e abraços.
Segundo dados divulgados hoje pelos organizadores da Rio+20, mais de 45 mil pessoas participaram do encontro no Riocentro, entre elas 4 mil profissionais da imprensa.
Jan Stejskal, único jornalista da República Tcheca, disse estar exausto com a cobertura intensa. Pela primeira vez na América do Sul, ele lamentou não ter tido oportunidade de conhecer a cidade. “Cheguei há três dias, mas só vi o Rio pela janela. Como vou embora só na segunda, amanhã vou dormir e depois quero aproveitar para visitar o Pão de Açúcar. Vamos torcer para o tempo ficar bom”, disse ele, que está hospedado em um albergue em Ipanema, zona sul carioca, por ter achado elevado os preços dos hotéis.
Hospedados em um motel em Madureira, zona norte, jornalistas japoneses também reclamaram do sistema hoteleiro da cidade. A paulista Ana Suzuki, coordenadora da equipe da Nipon TV, criticou ainda a organização do evento e a estrutura insuficiente para os jornalistas no Riocentro. “Não encontramos vagas nos hotéis da cidade, por isso fomos parar em um motel longe. Além disso, a internet wifi não funcionava direito e os jornalistas tiveram que disputar os espaços onde havia internet por cabo”, disse, ao fim da conferência.
A dificuldade de acesso ao local do evento foi citada como ponto negativo por Ana Sukuzi. Segundo ela, as equipes foram obrigadas a descarregar os equipamentos em locais distantes do pavilhão de imprensa. “A ONU sempre organizou esses eventos muito bem e tudo isso nos deixa preocupados com o que teremos que enfrentar durante os próximos grandes eventos no Brasil, como a Copa do Mundo”, acrescentou.
Depois de dez dias trabalhando das 8h às 21h, o correspondente da agência de notícias espanhola Efe Santiago Carnere aplaudiu entusiasmado o fim do evento. “Não sei se produzimos bem, mas produzimos muito. Amanhã, vou dormir o dia inteiro”, comentou o madrilenho, que avaliou como positiva a organização do evento e reclamou apenas do ar-condicionado que, segundo ele, estava muito forte e lhe rendeu uma gripe.
Edição: Lana Cristina