Por Alana Gandra
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, defendeu hoje (14), no evento Rio Clima, que se realiza na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), que a responsabilidade pela redução das emissões de gases de efeito estufa seja dividida entre as cidades e estados e não dependa exclusivamente das decisões dos chefes de Estado.
Na sua avaliação, a questão do clima não está tendo o destaque que devia na agenda da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, aberta oficialmente ontem (13). “É uma provocação que a gente faz. Por que, em um mundo em que mais da metade da população vivem em cidades, não se pode ter um compromisso efetivo das cidades na redução de gases de efeito estufa? Por que os governos regionais, no caso do Brasil, os governos estaduais, não podem ter também essa responsabilidade?”, indagou.
Na expectativa de que a Rio+20 seja um evento exitoso, Paes se disse, no entanto, um pouco cético. “Às vezes, a gente fica esperando um consenso de 193 chefes de Estado, que é muito difícil acontecer, e o tempo vai passando e traz os efeitos devastadores que a gente conhece”. Ele manifestou confiança na liderança da presidenta Dilma Rousseff para que se chegue a um consenso na Rio+20.
Paes destacou que o município do Rio de Janeiro tem três ações impactantes, no âmbito das mudanças climáticas, que são o fechamento do lixão de Gramacho e a solução do destino final de resíduos sólidos da cidade concentrada em Seropédica; o início do processo de saneamento de metade do território da cidade, na zona oeste; e a implantação dos corredores de ônibus rápidos (BRTs, do inglês Bus Rapid Transit), que tira muitos ônibus das ruas.
O prefeito destacou que os resíduos sólidos e os transportes são os dois maiores emissores de gases de efeito estufa na cidade. A meta é elevar o percentual de pessoas com transporte de alta capacidade, hoje de 18%, para 63%, em quatro ou cinco anos.
Edição: Lana Cristina
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