Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – As cerca de 10 mil pessoas que virão à cidade em junho para participar dos debates e atividades da Cúpula dos Povos e ficarão acampadas em locais determinados pela prefeitura, como o Aterro do Flamengo, o Sambódromo e escolas públicas, vão dispor de um cardápio composto por frutas, legumes e cereais produzido por pequenos agricultores do próprio estado e de regiões vizinhas.
Segundo o representante da Via Campesina no Comitê da Cúpula dos Povos, Marcelo Durão, o evento será uma oportunidade de levar as práticas sustentáveis no campo para além dos debates.
Organizada pela sociedade civil global, a Cúpula dos Povos é um evento previsto para o período de 15 a 23 de junho, no Rio de Janeiro, paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.
“A lógica é apresentar, além de todo o debate, soluções concretas que vêm sendo implementadas pelos povos, pelos movimentos e organizações sociais. E a produção da agricultura familiar é uma grande resposta à falsa solução do agronegócio”, disse Durão. Ele informou que, por isso, a compra desse tipo de produto terá prioridade. “Vamos montar algumas cozinhas e abastecer os cerca de 10 mil a 12 mil participantes que vêm morar no Rio nesse período com produtos livres de venenos.”
Marcelo Durão explicou que a compra dos alimentos será feita nos moldes de um programa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), implementado em 2003, com recursos dos ministérios do Desenvolvimento Agrário e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Pelo programa, são adquiridos alimentos produzidos por associações e cooperativas de agricultores familiares para abastecer instituições públicas, como escolas, creches e asilos brasileiros. O pagamento é feito diretamente aos agricultores registrados.
De acordo com Durão, os organizadores da cúpula estão fazendo um levantamento da oferta disponível dos alimentos para junho e definindo padrões de logística e armazenamento dos produtos.
Durante o evento, os alimentos serão preparados com base em receitas dos próprios agricultores, que deverão contar também com movimentos de economia solidária para o preparo das refeições.
Edição: Nádia Franco