Por Christiane Telles
“A ciência, por sua vez tem o desafio de encontrar soluções tecnológicas que apoiem uma intensificação sustentável da produção de alimentos. Também, é possível afirmar que essas soluções tecnológicas oferecem ao longo do sistema agroalimentar, oportunidades para incentivar o processo de industrialização do país”, complementa Guedes.
Ele diz ainda que o sistema de preparo de solo conhecido como “plantio direto” ou “plantio na palha” é um exemplo de solução tecnológica conservacionista ou de baixo carbono que requer um conjunto de adaptações e desenvolvimento de novas máquinas e equipamentos. A fixação biológica de nitrogênio, por meio de bactérias, é um exemplo de solução tecnológica que promove a qualidade ambiental, reduz os custos de produção e que requer um sistema de produção e distribuição do novo insumo de produção.
“Estes dois exemplos ilustram como novas tecnologias e conhecimentos que fortalecem a intensificação sustentável da produção de alimentos podem ser também um vetor para a industrialização”, avalia o assessor do CGEE.
Já o diretor-executivo de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa, Mauricio Antonio Lopes, apresentou a trajetória da agricultura brasileira. Ele lembrou que, até os anos 60, o Brasil ainda padecia de insegurança alimentar. “A produtividade agrícola era baixa e a produção basicamente de café e açúcar era muito concentrada no Sul e Sudeste”, relembra.
“O país alcançou a segurança alimentar em tempo relativamente curto: hoje, cerca de 70% do que produzimos é consumido no país os outros 30% é exportado para centenas de mercados ao redor do mundo, o que faz do Brasil um dos maiores exportadores de alimentos”, avalia o diretor da Embrapa.
Participaram ainda do debate Derek Byerlee (CGIAR/USA) e Sébastien Treyer (IDRRI/França) e por meio de uma mensagem gravada, Vijay Shankar Vyas (EAC/India). Como comentaristas estiveram presentes Antonio Salazar Brandão (consultor da FIRJAN) e Marcelo Moreira (Instituto ICONE).