Caminhos da Reportagem faz um mergulho na arte de Athos Bulcão

27/06/2018
|
17:58
compartilhar notícia
Capa da Notícia

Arte que encanta, obras que inspiram. No mês em que se comemora o centenário de Athos Bulcão, o programa Caminhos da Reportagem conta a história de vida do arquiteto, escultor, pintor, desenhista e mosaicista. O artista tem obras espalhadas por igrejas, murais e monumentos principalmente de Brasília.

Caminhos da Reportagem vai ao ar na quinta (28), às 21h45, na TV Brasil, e traz entrevistas com pessoas que conviveram com Athos, entre eles, familiares, amigos e colegas de trabalho. Para eles, as características marcantes do artista foram humildade, inteligência, generosidade, elegância e bom humor.

Nascido no Rio de Janeiro, em 1918,  Athos foi amigo de al­guns dos mais importantes artistas brasileiros modernos, como Carlos Scliar, Jorge Amado, Pancetti, Enrico Bianco. Aos 21 anos, Athos Bulcão conheceu  Cândido Porti­nari, com quem trabalhou como assistente no mural de São Fran­cisco de Assis, na Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte, Minas Gerais.

No final dos anos 50, o artista fixou residência em Brasília, onde morreu em julho de 2008, aos 90 anos, devido a complicações do Mal de Parkinson. A sobrinha e afilhada, Maria Antonieta Bulcão Ferrari, relembra com carinho do tio. “Tudo o que o Athos ia fazer ele ia falar com o meu pai, porque os pais deles morreram muito cedo”.

Maria Antonieta conta que o tio desistiu do curso de medicina e foi morar na França. “Foi estudar artes. Era o que ele queria fazer”, conta. Athos mudou-se para a capital federal durante a sua construção, em 1958. “Ele se apaixonou pelo céu, pelas estrelas, por esse sossego e por esse silêncio que existia na cidade”, conta Valéria Cabral, secretária-executiva da Fundação Athos Bulcão e amiga do artista. Segundo ela, Athos dizia que foi um homem de sorte, porque teve toda a cidade à disposição para embelezar, criar, trabalhar, integrar a sua arte à arquitetura de Oscar Niemeyer.

Foi ao lado de Niemeyer, Lúcio Costa, Burle Marx e muitos outros que participaram da construção de Brasília, que Athos fez da nova cidade uma galeria de arte: são mais de 200 obras tombadas pela Secretaria de cultura do Distrito Federal e outras pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

O trabalho de Athos Bulcão é marcado pela liberdade e, principalmente, por integrar arte e arquitetura. Para a composição dos painéis de azulejos Athos contava com a criatividade dos operários. “Esses painéis, ele deixava com os operários e dizia: 'deixe sempre um espaço, um azulejo branco, um silêncio e vocês vão combinando'”, conta o artista plástico e escritor Bené Fonteles.

Igrejinha Nossa Senhora de Fátima, Brasília

Para o artista plástico Alexandre Mancini, “é impressionante ver como Athos conseguiu criar soluções artísticas muito mais fáceis, mais democráticas. Ele inseriu a arte dele nos prédios, na rua. Ele conseguiu fazer com que a arte fosse algo do cotidiano de qualquer um”.

As obras de Athos estão espalhadas em diversas cidades do Brasil e também em outros países, entre eles Argentina, Índia e Argélia.


Serviço
Caminhos da Reportagem - quinta-feira, dia 28, às 21h45, na TV Brasil