Caminhos da Reportagem, da TV Brasil, aborda cultura popular e sincretismo religioso na Festa de São Jorge

28/04/2025
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11:10
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Todo dia 23 de abril, o Rio de Janeiro se tinge de vermelho e branco nas homenagens ao Santo Guerreiro. Católicos, umbandistas e candomblecistas participam da Festa de São Jorge. Além dos cultos religiosos, fazem parte da tradição as rodas de samba e a feijoada.

A edição inédita do Caminhos da Reportagem traça um panorama sobre diversos aspectos das manifestações culturais e de fé presentes na celebração no programa desta segunda (28), às 23h, na TV Brasil. Com o título "Salve Jorge, um Santo Popular", a produção jornalística da emissora pública ainda pode ser acompanhada no app TV Brasil Play e também fica disponível no YouTube do canal.

Esta forma de festejar que mobiliza a população ao mesclar cultura e religião "revela muitos elementos de uma sociabilidade carioca", avalia a professora de Antropologia da Universidade Federal Fluminense, Ana Paula Miranda.

A maior aglomeração de devotos ocorre na Igreja Matriz de São Jorge em Quintino Bocaiuva, bairro da Zona Norte da capital fluminense, onde a equipe do Caminhos da Reportagem acompanhou a festa. De acordo com as estimativas da paróquia, mais de um milhão e duzentas mil pessoas passaram por lá.

História, religiosidade e devoção

Segundo a Igreja Católica, São Jorge nasceu na Capadócia, atual território da Turquia, e se tornou um soldado romano. Quando o imperador Diocleciano começou a perseguir os cristãos, ele teria se recusado a abandonar a sua fé e foi decapitado no dia 23 de abril. O culto chegou ao Brasil com os portugueses e foi impactado pela religiosidade de povos africanos, o que contribuiu para a popularidade de São Jorge, como explica o historiador Luiz Antônio Simas. 

Luiz Antônio Simas analisa a influência africana na devoção a São Jorge / Crédito: Divulgação / TV Brasil

No período em que as religiões africanas eram proibidas, no Rio de Janeiro, São Jorge foi assimilado ao orixá Ogum, guerreiro ligado às artes do ferro e às tecnologias. Mãe Marcelle, da Tenda Umbandista União dos Filhos de Santa Bárbara, entende que é possível pensar o sincretismo a partir da privação do culto à ancestralidade, mas também pela ótica da resistência dos africanos em diáspora para garantir a prática da sua fé. 

Mãe Marcelle, da Tenda Umbandista União dos Filhos de Santa Bárbara / Crédito: Divulgação / TV Brasil

O babalorixá Adailton de Ogum do Ilê Axé Omiojúàró conta que admira a festa popular no dia de São Jorge. "É o povo que faz o seu louvor, a sua confraternização. Eles sabem que é São Jorge, mas eles estão ali também por Ogum, no Rio de Janeiro, e por Oxóssi, na Bahia. Eu acho muito lindo como a gente nesse momento consegue conviver de forma harmônica. É um dos poucos momentos", opina. 

Babalorixá Adailton de Ogum do Ilê Axé Omiojúàró / Crédito: Divulgação / TV Brasil

São Jorge é padroeiro de várias escolas de samba, entre elas, a Império Serrano, que tem sede em Madureira, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O cantor e compositor Jorginho do Império, filho de um dos fundadores da agremiação, Mano Décio da Viola, conta que não sai de casa sem pedir a bênção do santo protetor. "São Jorge é o nosso feijão com arroz", afirma.

Sambista Jorginho do Império é xará do Santo Guerreiro / Crédito: Divulgação / TV Brasil

Devoto fervoroso, o ator Nando Cunha organiza uma feijoada beneficente no dia de São Jorge há quase duas décadas. "Ele é um cara que está sentado no trem junto com você. Vai beber cerveja junto com você e estar na missa junto com você. Ele está do seu ladinho. São Jorge é diferente pra caramba. Por isso a gente faz festa para louvar ele, para louvar a vida", ressalta o artista.

Ator Nando Cunha é devoto de São Jorge / Crédito: Divulgação / TV Brasil

Ficha técnica 
Reportagem: Ana Passos 
Produção: Carol Oliveira 
Apoio à produção: Anna Karina de Carvalho
Reportagem cinematográfica: Sandro Tebaldi
Apoio à reportagem cinematográfica: Marcio de Andrade
Auxílio técnico: Yuri Freire
Edição de texto: Ana Passos
Edição de imagem e finalização: Eric Gusmão 
Arte: Aleixo Leite, Caroline Ramos e Wagner Maia
Intérprete de Libras: Jhonatas Narciso

Sobre o programa

Produção jornalística semanal da TV Brasil, o Caminhos da Reportagem leva o telespectador para uma viagem pelo país e pelo mundo atrás de pautas especiais, com uma visão diferente, instigante e complexa de cada um dos assuntos escolhidos.

No ar há mais de uma década, o Caminhos da Reportagem é uma das atrações jornalísticas mais premiadas não só do canal, como também da televisão brasileira. Para contar grandes histórias, os profissionais investigam assuntos variados e revelam os aspectos mais relevantes de cada assunto.

Saúde, economia, comportamento, educação, meio ambiente, segurança, prestação de serviços, cultura e outros tantos temas são abordados de maneira única. As matérias temáticas levam conteúdo de interesse para a sociedade pela telinha da emissora pública.

Questões atuais e polêmicas são tratadas com profundidade e seriedade pela equipe de profissionais do canal. O trabalho minucioso e bem executado é reconhecido com diversas premiações importantes no meio jornalístico.

Exibido às segundas, às 23h, o Caminhos da Reportagem tem horário alternativo na madrugada para terça, às 4h30. A produção disponibiliza as edições especiais no site http://tvbrasil.ebc.com.br/caminhosdareportagem e no YouTube da emissora pública em https://www.youtube.com/tvbrasil. As matérias anteriores também estão no aplicativo TV Brasil Play, disponível nas versões Android e iOS, e no site http://tvbrasilplay.com.br.

Ao vivo e on demand

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Serviço
Caminhos da Reportagem – segunda-feira, dia 28/4, às 23h, na TV Brasil
Caminhos da Reportagem – segunda-feira, dia 28/4, para terça-feira, dia 29/4, às 4h30, na TV Brasil

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