O papel da fotografia na sociedade contemporânea é um dos assuntos em debate no Estúdio Móvel desta quinta (16), às 20h50, na TV Brasil. O programa aborda a importância da imagem na construção de uma visão da realidade.
Para debater sobre o estatuto da imagem e a implicação do discurso através das fotos na comunicação e na memória social, a apresentadora Liliane Reis recebe a professora Ana Maria Mauad, conhecedora da obra do também convidado Milton Guran, que alia uma perspetiva etnográfica ao trabalho de registro jornalístico.
A imagem consolidada no instantâneo marca um ponto na evolução da tecnologia essencial ao olhar observador do homem da modernidade. A apropriação da imagem pelo jornalismo e sua consagração como meio de discurso torna seu papel essencial no entendimento da sociedade contemporânea.
Durante a entrevista, Ana Maria Mauad reflete sobre o sentido da foto nos dias atuais. "Ela hoje nem é mais fotografia no sentido etmológico da palavra: uma escrita com luz com base em uma superfície. Atualmente, é uma matéria digital que guarda os mesmos princípios que a fotografia analógica tinha. Podemos continuar falando em fotografia apesar de estarmos lidando com um outro tipo de imagem", explica a pesquisadora.
Em tempos de aplicativos como Instagram e WhatsUp, esse conteúdo imagético promove outras interpretações. "Hoje a foto ganhou uma vida própria. Ela é produzida em um momento e resignificada em outro. Os meios, as redes sociais e bases de multiplicação – eles transformam essas imagens em uma ideia-síntese", analisa Ana Maria Mauad
Autora do livro, "Poses e flagrantes: ensaio sobre históras e fotografias" a historiadora tem doutorado e integra o Laboratório de História Oral e Imagem (Labhoi) da Universidade Federal Fluminense (UFF). "Hoje a gente vive uma redefinição do espaço público visual nas redes sociais, mas também na rua. As imagens se proliferam", afirma categoricamente.
O antropólogo e jornalista Milton Guran também é fotógrafo e debate a linguagem fotográfica em sua obra. Com vasta experiência no fotojornalismo, ele explica como busca sair da superficialidade ao registrar imagens de povos indígenas. "O senso comum coloca todos os índios em um mesmo conjunto. Cada cultura tem a sua especificidade", ressalta o estudioso.
Serviço
Estúdio Móvel – quinta-feira (16), às 20h50, na TV Brasil