Programação

Caminhos da Reportagem revela histórico da pintura de paisagem no país

Programa inédito destaca o fascínio pelas belezas naturais brasileiras

Publicado em 01/07/2024 - 12:05
Veículos: TV Brasil
Categorias: Jornalismo
Exibição em: TV Brasil

Em novo dia e horário, a partir de julho, com exibição às segundas, às 23h, o Caminhos da Reportagem, programa jornalístico da TV Brasil, apresenta uma produção inédita com um panorama da pintura de paisagem no Brasil na edição "As Cores da Flora". O conteúdo exibido pela emissora pública na telinha nesta segunda (1º), às 23h, também fica disponível na íntegra no app TV Brasil Play.

Floresta da Tijuca no Caminhos da Reportagem
Floresta da Tijuca no Caminhos da Reportagem, por Divulgação / TV Brasil

Para explicar o fascínio das belezas naturais brasileiras sobre artistas e cientistas nacionais e estrangeiros desde o século 19, a atração reúne o depoimento de diversos especialistas no assunto. Os pesquisadores trazem informações embasadas sobre as missões artísticas e científicas de naturalistas que contribuíram bastante para o conhecimento ocidental da flora brasileira.

Aspectos da Missão Artística Francesa

A Cascatinha Taunay é a maior queda d'água do Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro. Ela recebeu o nome em homenagem a um renomado pintor da Missão Artística Francesa, que construiu uma casa bem ao lado dela, onde viveu com a família por cerca de cinco anos.

Cascatinha Taunay no Parque Nacional da Tijuca
Cascatinha Taunay no Parque Nacional da Tijuca, por Divulgação / TV Brasil

"Taunay era um reconhecido pintor de paisagens e fez várias pinturas do Rio de Janeiro naquele momento, incluindo as florestas do Maciço da Tijuca", afirma Gabriel Sales, professor do Departamento de Biologia da PUC-Rio.

Telas de Nicolas-Antoine Taunay podem ser vistas no Museu Chácara do Céu, no bairro de Santa Teresa, Rio de Janeiro. O museu tem um dos acervos mais importantes do pintor Debret, que também veio ao Brasil através da chamada Missão Artística Francesa.

Expedições científicas no século 19

A pintura de paisagem no Brasil iniciou, a partir do século 19, uma fase importante para as artes e a ciência. Nesse período, aconteceram várias expedições científicas pelo interior do país, que trouxeram artistas como o pintor alemão Rugendas, e paralelamente, um movimento para a instituição de um ensino formal de artes no Brasil.

Paulo Ormindo, artista botânico e professor da Escola de Botânica Tropical
Paulo Ormindo, artista botânico e professor da Escola de Botânica Tropical, por Divulgação / TV Brasil

Seja a serviço da ciência, ou como paisagistas acadêmicos, em comum os artistas estrangeiros tiveram o desafio de traduzir em cores a nossa flora, considerada uma das mais biodiversas do mundo. O Caminhos da Reportagem mostra alguns desses trabalhos históricos.

"Ao chegar no Brasil, com o que eles se deparam? Com um mundo verde. Muito mais verde do que poderiam imaginar. Então, eles se deparam com o inusitado", explica Paulo Ormindo, artista botânico e professor da Escola de Botânica Tropical. "Esses artistas tiveram que entender a nossa paleta de cores, adequar a paleta deles à nossa" completa.

A historiadora Lilia Schwarcz comenta um aspecto curioso sobre uma de suas publicações. "Todo mundo que lê o título do meu livro 'O Sol do Brasil' acha que é um elogio, mas não se trata de um elogio porque na verdade Taunay detestou o sol do Brasil. Ele dizia que era impossível representar, fazer uma tela com esse sol que distorcia tudo, iluminava demais. Tanto que ele costumava trabalhar de madrugada", pontua a autora.

Historiadora Lilia Schwarcz escreveu sobre artistas franceses no Brasil
Historiadora Lilia Schwarcz escreveu sobre artistas franceses no Brasil, por Divulgação / TV Brasil

Lilia escreveu o livro "O Sol do Brasil: Nicolas-Antoine Taunay e as desventuras dos artistas franceses na corte de D. João", obra pela qual foi reconhecida com o prêmio Jabuti na categoria biografia.

Diálogo entre ciências

Professora da Escola de Belas Artes da UFRJ, Patrícia Pedrosa diferencia a essência das missões artísticas e científicas que percorreram o país. "A missão artística francesa veio com esse foco de instituir o ensino das artes no Brasil. Já as missões científicas têm um caráter diferente. Elas empregam artistas, mas esses artistas são tidos como máquinas fotográficas", esclarece a educadora.

Patrícia Pedrosa, Professora da Escola de Belas Artes da UFRJ
Patrícia Pedrosa, Professora da Escola de Belas Artes da UFRJ, por Divulgação / TV Brasil

"Não há dúvida nenhuma que esses artistas e naturalistas contribuíram demais para o conhecimento ocidental da flora brasileira. Mas é interessante também pensar no conhecimento dos povos originários, que é um conhecimento empírico, mas extremamente importante. E quando a gente tem o diálogo entre essas duas ciências, isso é mais maravilhoso ainda", avalia Mariana Reis, professora do Departamento de Biologia da PUC-Rio.

O primeiro naturalista brasileiro a ter uma expedição financiada pelo governo do próprio país com o único objetivo de estudar um determinado grupo botânico foi João Barbosa Rodrigues, em 1872. Especialista em orquídeas e palmeiras, o botânico era desenhista e foi diretor do Jardim Botânico do Rio.

Mariana Reis, professora do Departamento de Biologia da PUC-Rio
Mariana Reis, professora do Departamento de Biologia da PUC-Rio, por Divulgação / TV Brasil

"O Barbosa Rodrigues era um falante do nheengatú. Ele, falante dessa língua, foi estudando os nomes e as classificações botânicas dos povos indígenas. A obra 'Sertum Palmarum' é incrível, onde ele não só faz as ilustrações e a descrição botânica das espécies, mas também escreve sobre o uso delas por cada território, por cada povo indígena", conta Anna Dantes, responsável pela reedição do livro "MBAÉ KAÁ - o que tem na mata - A Botânica Nomenclatura Indígena", publicação original de Barbosa Rodrigues.

Ficha Técnica
Reportagem e roteiro: Aline Beckstein
Reportagem cinematográfica: João Victal, Luís Araújo, Rodolpho Rodrigues e Sandro Tebaldi
Auxílio técnico: Carlos Júnior, Cláudio Tavares e Yuri Freire
Produção: Aline Beckstein
Apoio à produção: Rafael Mesquita e Thais Chaves
Edição de imagens e finalização: Eric Gusmão e Ubirajara Abreu
Sonoplastia: Maurício Azevedo
Arte: Alex Sakata e Caroline Ramos

Sobre o programa

Produção jornalística semanal da TV Brasil, o Caminhos da Reportagem leva o telespectador para uma viagem pelo país e pelo mundo atrás de pautas especiais, com uma visão diferente, instigante e complexa de cada um dos assuntos escolhidos.

No ar há mais de uma década, o Caminhos da Reportagem é uma das atrações jornalísticas mais premiadas não só do canal, como também da televisão brasileira. Para contar grandes histórias, os profissionais investigam assuntos variados e revelam os aspectos mais relevantes de cada assunto.

Saúde, economia, comportamento, educação, meio ambiente, segurança, prestação de serviços, cultura e outros tantos temas são abordados de maneira única. As matérias temáticas levam conteúdo de interesse para a sociedade pela telinha da emissora pública.

Questões atuais e polêmicas são tratadas com profundidade e seriedade pela equipe de profissionais do canal. O trabalho minucioso e bem executado é reconhecido com diversas premiações importantes no meio jornalístico.

Exibido às segundas, às 23h, o Caminhos da Reportagem tem horário alternativo na madrugada para terça, às 3h. A produção disponibiliza as edições especiais no site http://tvbrasil.ebc.com.br/caminhosdareportagem e no YouTube da emissora pública em https://www.youtube.com/tvbrasil. As matérias anteriores também estão no aplicativo TV Brasil Play, disponível nas versões Android e iOS, e no site http://tvbrasilplay.com.br.

Ao vivo e on demand

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Serviço
Caminhos da Reportagem – segunda-feira, dia 1º/7, às 23h, na TV Brasil
Caminhos da Reportagem – segunda-feira, dia 1º/7, para terça-feira, dia 2/7, às 3h, na TV Brasil

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