Liliane Reis recebe Aderbal Freire-Filho no Estúdio Móvel para um papo sobre teatro

Publicado em 17/03/2016 - 14:38

O papel da arte na sociedade contemporânea inspira as entrevistas do Estúdio Móvel desta sexta (18), às 19h30, na TV Brasil. Para entender como o teatro pode contribuir na formação crítica das pessoas, a apresentadora Liliane Reis conversa com o consagrado diretor teatral Aderbal Freire-Filho e com os jovens artistas da Companhia Volante.

Além de extensa carreira como um dos mais criativos e críticos encenadores de teatro, Aderbal militou na formação de grupos e na criação de um curso superior de artes cênicas na UFRJ. Ele é enfático ao defender o mergulho autêntico nesse universo teatral como forma de aprendizado.

"O teatro é um jogo sem paraquedas. Só funciona se você tiver consciência de que é um abismo. O teatro sempre político", afirma durante o despojado bate-papo com Liliane Reis no espaço que divide o cenário do Arte do Artista, programa que ele apresenta na TV Brasil desde 2012, para o do Estúdio Móvel, atração que já está em sua sexta temporada.

Aderbal destrincha sua relação com o teatro e com a tevê

Aderbal já foi reverenciado com os prêmios Molière, Mambembe e Shell. No início da década de 1970, fundou o Grêmio Dramático Brasileiro e deste então montou mais de uma centena de espetáculos, muitos dos quais estão representados nos elementos cênicos que o dramaturgo emprega no cenário de Arte do Artista.

Ele conta que não tem televisão em casa e revela porque decidiu investir nessa nova frente. "Como eu trabalho com muitos atores que fazem televisão, eu ficava dizendo que sou o que tem que ficar no teatro, aquele que faz a liga", recorda para em seguida comentar a forte relação do seu programa televisivo na emissora pública com as peças que montou.

"O cenário do Arte do Artista tem pedaços do meu corpo teatral. Olhando o todo, eu vejo o programa, mas não consigo me desgrudar da memória parte a parte. Isso me doi tanto que eu fico querendo alongar a vida das peças. Ao invés de jogar fora os cenários, ponho em um depósito dizendo 'eu vou voltar'", explica Aderbal Freire-Filho que reúne na atração da TV Brasil elementos de diversos espetáculos.

Os bate-papos do diretor teatal acontecem sobre o chão da peça "As Centenárias", muitas vezes dentro da banheira do espetáculo "O Púcaro Búlgaro". Também estão lá os arquivos de "O que diz Molero", a coxia de "Hamlet", as cadeiras de "Depois do filme" e até o Pequod, navio no qual o capitão Ahab buscou sua baleia branca na encenação de "Moby Dick".

Companhia Volante faz da rua seu palco

A trajetória da Cia Volante teve início no começo de 2014 ainda no espaço acadêmico com a criação da peça teatral itinerante "Panidrom". A partir de experimentos nas ruas da cidade do Rio de Janeiro promovidos por artistas de diversas áreas, o espetáculo se concretizou na interação com o público.

Desde então, o uso do passeio público tornou-se alicerce fundamental para a intervenção artística como um ato de transformação político social. O grupo conta a Liliane Reis que trabalha com o fundamento da ocupação espacial para levar o teatro às ruas e praças, oferecendo um recorte na monotonia apressada e intranscedente dos passantes.

Não se imagina uma cidadania plena sem acesso à arte. O Estúdio Móvel recorda que através do teatro se agitam, desde os tempos da antiguidade, os dramas e as narrativas que suscitam a reflexão libertadora sobre o cotidiano social. Para entender a dinâmica desses arautos da arte, que não só a praticam como modo de vida, mas multiplicam seu alcance quase como um sacerdócio, o trabalho de Aderbal Freire-Filho e da Cia Volante oferecem possibilidades de compreensão.

Serviço
Estúdio Móvel – sexta-feira (18), às 19h30, na TV Brasil

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