A atriz Simone Spoladore é a convidada do programa Estúdio Móvel da TV Brasil nesta quarta (29), às 20h50. Na conversa com a apresentadora Liliane Reis, ela fala sobre os desafios que os diferentes papéis podem oferecer para um profissional em sua trajetória artística.
Ela destaca Dora, personagem que vive na série Magnífica 70, do canal HBO. “A Dora é uma menina de classe média alta que perde os pais em um acidente de carro. Ela e o irmão ficam sozinhos no mundo e começam a ter que ganhar a vida aplicando golpes, mas a jovem acaba se apaixonando pelo universo do cinema e de seus personagens”, resume.
Simone enumera as diferenças da atuação no cinema e na televisão. “No cinema você pode trabalhar com os detalhes. Você sabe que a câmera está focada em você, no rosto, por exemplo. Então você trabalha com minúcias de expressão no seu rosto. Já na televisão como tem várias câmeras você está aparecendo o tempo todo de corpo inteiro e às vezes tem um close. Então você não consegue ter tanto detalhamento”, explica ao comparar as características de cada arte. “A série acaba sendo um híbrido”, define a artista.
“A primeira temporada de Magnífica 70 teve 13 episódios. É como se fizéssemos 13 filmes. A gente pode aprofundar mais. No caso da série, você já conhece o personagem como um todo, sabe as curvas da narrativa e pode construir isso. Em uma novela, você lida muito com o improvido, apesar de os papéis serem um pouco mais maniqueístas. As nuances são menos contrastadas, mas pode mudar a qualquer momento”, pondera Simone.
“A Dora, por exemplo, é uma golpista, uma ladra, mas a gente tem a oportunidade de construir um personagem que vai além das aparências. Ela acaba descobrindo que tem uma alma de artista”, afirma a convidada do Estúdio Móvel. “No teatro, quando a gente vai fazer um papel, você mergulha naquele personagem novamente para uma outra turnê. A cada dia de representação, o personagem vai se tornando mais rico. Quando você volta para ele, como você já está diferente como pessoa, o personagem se transforma também. Isso também acontece em uma nova temporada da série”, explica.
O programa também conta com a participação de especialistas como o professor Afonso de Albuquerque do Asian Club, grupo do estudos relacionado ao curso de Estudos de Mídia da Universidade Federal Fluminense. “As séries hoje passaram de a ter várias narrativas tanto no campo do excepcional como no campo do banal. Há uma possibilidade nas séries de se humanizar questões centrais do mundo. Através de narrativas seriadas, é comum acompanhar e se identificar com esses personagens”, pontua.
Serviço:
Estúdio Móvel – quarta-feira (29), às 20h50, na TV Brasil.