Conhecendo Museus visita casa onde o escritor mineiro Guimarães Rosa residiu na infância

Publicado em 22/07/2016 - 12:44
Romancista que escreveu o clássico “Grande Sertão: Veredas”, deixou legado para a literatura

"A gente morre é para provar que viveu". A frase é um trecho do discurso do memorável escritor, médico e diplomata Guimarães Rosa, homenageado deste domingo (24) do programa Conhecendo Museus, às 11h30, na TV Brasil.

O autor do clássico “Grande Sertão: Veredas” disse essas palavras ao assumir, em 1967, a Academia Brasileira de Letras. Morreu três dias depois de assumir a cadeira número 2 da ABL. Muitos dizem que parecia um presságio, outros afirmam ser apenas uma coincidência. 

O fato é que o escritor deixou para a literatura nacional um legado de emoções. Com uma linguagem inovadora e repleta de neologismos, o romancista escreveu como ninguém sobre o sertão do país.

O programa da TV Brasil vai até a cidade de Cordisburgo, em Minas Gerais, para mostrar de perto a Museu Casa Guimarães Rosa - que hoje abriga um bom acervo da vida e obra do escritor - e onde ele morou com sua família desde seu nascimento, em 1908, até os 9 anos de idade.

Inaugurado em março de 1974, o museu tem dois fatos que originam seu surgimento. O primeiro deles foi o inesperado falecimento do escritor, em 1967. O segundo foi a criação do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais, em setembro de 1971, que materializava o sonho preservacionista que vigorava na época.

Localizada na Rua Padre João, esquina com a Travessa Guimarães Rosa, a casa apresenta varanda lateral, cunhais de madeira pintada, paredes de adobe, cobertura em duas águas (tipicidade do telhado), vãos internos em linhas retas e acabamento singelo. Conserva planta e arquitetura originais, concebido como centro de referência da vida e da obra do escritor mineiro e como núcleo de informações, estudos, pesquisa e lazer.

Hoje é um museu que reúne bom acervo de fotos, coleção com as ilustres gravatas-borboleta, aproximadamente 700 documentos textuais, toda a obra literária, originais manuscritos ou datilografados, a exemplo de “Tutaméia”, última obra publicada do autor mineiro, matrizes de xilogravuras usadas em volumes como "Corpo de Baile" (1956), espada, bainha e diploma da Academia Brasileira de Letras, máquina de escrever, rascunhos de trabalhos e outros objetos pessoais.

Preserva também outros registros da vida de Guimarães Rosa como médico e diplomata, objetos de uso pessoal, vestuário, utensílios domésticos, mobiliário e fragmentos do universo rural presente na literatura roseana. O escritor residiu na cidade mineira de Itaguara onde permaneceu por dois anos e passou a ter contato com elementos do sertão.

Um detalhe bem interessante é que em um cômodo frontal da casa foi reconstituída uma venda típica das existentes nas pequenas cidades mineiras, para representar o antigo comércio de Floduardo Pinto Rosa, pai do escritor. Na “venda de seu Fulô”, o menino Joãozito cresceu ouvindo histórias contadas pelos frequentadores do lugar.

Serviço:
Conhecendo Museus – domingo (24), às 11h30, na TV Brasil.

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