Ver TV discute o espaço da literatura de cordel na televisão

Publicado em 07/10/2016 - 13:13 e atualizado em 07/10/2016 - 14:08
Especialistas argumentam que gênero ainda não tem a devida visibilidade na mídia

Considerado um dos maiores tesouros da literatura nacional, a poesia de cordel pauta o debate no programa Ver TV deste domingo (9), às 22h, na TV Brasil.
 
A literatura de cordel chegou ao país por volta do século XVII e se adaptou à cultura nordestina. Apesar de durante os anos ter passado pelo cinema e pela televisão com produção como “O Auto da Compadecida” e a novela “Cordel Encantado”, da Rede Globo, esse importante patrimônio da cultura brasileira ainda é deixado de lado pela grande mídia.
 
Para analisar o assunto, o apresentador Lalo Leal recebe o poeta cordelista Varneci Nascimento, coordenador editorial da Editora Louzeiro; a cantora e compositora Edi Maria, que faz poesia musicada e cordéis; o pesquisador Paulo Iumatti, doutor em história pela Universidade de São Paulo e vice-presidente do Instituto de Estudos Brasileiros da USP.
 
Varneci Nascimento é enfático ao defender a literatura de cordel e compara a visão da mídia sobre os profissionais que atuam nesse segmento. “O espaço para o escritor de cordel ainda é mínimo na televisão porque acham que o escritor de cordel não é um autor como Machado de Assis ou Bernardo Guimarães, por exemplo”, explica o poeta. “A imprensa e a televisão, de um modo geral, pensam que o trabalho de cordel é menor do que de outro escritor, quando na verdade, é o mesmo trabalho, é a mesma luta, é a mesma batalha pra se escrever”, pontua.
 
O convidado ainda destaca as vantagens desse tipo de texto no estímulo a formação. “O que me parece que ainda falta a sociedade compreender é que o cordel, como gênero literário, aborda tudo. É um excelente instrumento pra incentivar a leitura e fisgar o aluno para se tornar um bom leitor. É preciso um encantamento. O cordel forma, informa, diverte e ainda atrai o aluno”, conclui
 
O Ver TV ainda entrevista outros especialistas para ampliar a visão sobre o tema. O presidente da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, Gonçalo Ferreira, relembra a importância e a credibilidade do cordel como um meio de comunicação.
 
O Museu de Arte Popular da Paraíba, última obra realizada por Oscar Niemayer ainda em vida, é um dos maiores acervos de cordel do país. A professora Joseilda Diniz conta como funciona esse espaço dedicado à xilogravura, à divulgação do cordel e à interação com o público.
 
O Cordel pode ser um ótimo instrumento pedagógico, como mostra ao Ver TV o poeta, radialista e ilustrador Arievaldo Viana, criador do projeto Acorda Cordel na Sala de Aula.
 
Serviço:
Ver TV – domingo (9), às 22h, na TV Brasil.

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