Entre o Céu e a Terra debate mercado de trabalho, dinheiro e consumismo

Publicado em 09/02/2017 - 16:53

Por Gecom

Série combina ficção e documentário para abordar a visão de diferentes religiões sobre o tema

Como homens e mulheres se relacionam com o trabalho, o dinheiro e o consumo? Este é o mote para o quarto episódio da segunda temporada da série Entre o Céu e a Terra que a TV Brasil apresenta neste domingo (12), às 13h.

A produção nacional revela o que pensam as lideranças espirituais sobre como os fieis se ajudam na busca de emprego, o preconceito religioso no ambiente de profissional e as diversas histórias envolvendo o mundo corporativo.

Entre o Céu e a Terra mescla a perspectiva de documentário com uma trama ficcional. Na história dramatúrgica, o personagem Alberto (Clayton Mariano) chega à escola em que ensina Biologia e encontra o zelador reclamando das condições de trabalho. Ao caminhar rumo à sala dos professores antes da primeira aula do dia, Alberto reflete sobre a conversa com o porteiro.

Já no momento documental do programa, representantes de diversas matrizes religiosas dão depoimentos sobre a relação do trabalho com as suas várias crianças. Participam do episódio o pastor Othoniel Martins, da Igreja Presbiteriana no Ceará; o indígena Anápuáka Muniz Tupinambá, que saiu da Bahia para o Rio de Janeiro; o monge zen Mokugen sensei, de Minas Gerais; além de professores de Sociologia, Ciências Sociais, Filosofia e Antropologia.

Para o filósofo inglês, John Locke, é o trabalho quem dá valor às coisas. É através dele que as pessoas modificam o mundo a sua volta, produzem riquezas, podem se alimentar, podem criar a partir do que antes era natureza.

O programa da TV Brasil mostra que, em geral, as religiões incentivam o trabalho embora façam algumas ressalvas sobre quais seriam as ações laborais mais indicadas. No entanto, as práticas religiosas podem ser, muitas vezes, incompatíveis com o calendário do trabalho formal.

Na mitologia judaica, seria devido a desobediência de Adão e Eva a razão pela qual a humanidade foi expulsa do paraíso, onde tudo nos era ofertado, e teve que passar a trabalhar para sobreviver. A ideia do trabalho como uma condenação acompanha a sociedade há muito tempo, destacando-se, sobretudo na Idade Média.

Já com a Reforma Protestante e a ascensão do capitalismo, observa-se uma mudança de paradigmas: o trabalho passa a ser uma benção de Deus.

Apesar disso, com ao avanço do capitalismo financeiro o dinheiro também tem sido visto como uma forma de religião. O dinheiro por muito tempo gerou desconfiança dos religiosos por causa do seu poder de sedução, capaz de corromper e gerar diversos atritos entre os homens. Hoje, no entanto, religião, trabalho e dinheiro se relacionam das mais diversas maneiras.

Há religiões que são bem vistas no mercado de trabalho e outras que sofrem discriminação. Há fieis que indicam um ao outro para possíveis empregos e há patrões que preferem não contratar determinados membros de religiões, mesmo que veladamente. Outros permitem, até mesmo, que seus funcionários possam vivenciar seus feriados religiosos.

Serviço:
Entre o Céu e a Terra – domingo (12), às 13h, na TV Brasil.

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