Produção nacional homenageia o clássico francês "Le Ballon Rouge" do diretor Albert Lamorisse
O programa Curta em Cena apresenta o filme "O Balãozinho Azul" (2013), produção nacional dirigida por Faustón da Silva, na edição inédita desta terça (27), excepcionalmente, às 23h45, na TV Brasil. Com 18 minutos, o curta é inspirado no clássico "Le Ballon Rouge" (1956), comédia dramática francesa de Albert Lamorisse, estrelada por Pascal Lamorisse e Georges Sellier.
Além da exibir o filme, a atração dedicada ao mercado audiovisual de curta duração traz depoimentos do diretor Faustón da Silva e, no estúdio, uma entrevista da jornalista Tâmara Freire com a cineasta Aída Marques sobre "O Balãozinho Azul".
A partir da imagem da amizade de uma menina com o balão, a produção discute a temática da exploração do trabalho infantil. Responsável pelo curta, Faustón da Silva relata quais foram suas referências ao realizar a obra. Ele comenta a dinâmica do seu processo criativo.
"Fazer um filme a partir de um clássico é um grande desafio porque se cria uma expectativa de superação ou de paralelismo", explica o cineasta. "No nosso caso, a gente quis ressignificar o conceito daquela história em um discurso brasileiro", completa o diretor.
No estúdio do Curta em Cena, a apresentadora Tâmara Freire recebe a cineasta e professora Aída Marques para debater o mercado audiovisual de curtas-metragens e analisar o filme "O Balãozinho Azul".
Para a convidada, o filme francês original se tornou uma referência para contar histórias de crianças. "É muito comum se homenagear e fazer novas produções a partir de personagens de outros filmes. 'Le Ballon Rouge' ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Original e premiações no Bafta e em Cannes", destaca Aída Marques.
Segundo a cineasta, essas produções baseadas em outras obras da sétima arte despertam o interesse do público. "A importância é incentivar o desejo de conhecer mais. Ir atrás do 'Le Ballon Rouge' original e conhecer outros filmes.
Aída Marques também reflete sobre a produção e exibição dos curtas no Brasil. "O curta-metragem é um espaço de experimentação e de treino. Ali é que o cineasta vai praticar e narrativa e dramaticidade, treinar direção de ator, decupagem técnica", enumera a especialista. "Os festivais são os locais privilegiados dessas produções . A gente não tem nos cinemas salas para exibir os curtas como nos anos 1970 e 1980", critica.
A professora também ressalta o papel da academia na formação de novos talentos. "Em primeiro lugar é um ganho de repertório. Em segundo lugar, a faculdade oferece a experiência de trabalhar junto. É muito comum os alunos se organizarem no final do curso para montagem suas produtoras, fazerem filmes, organizar festivais de cinema", afirma.
Serviço:
Curta em Cena – terça (27/6), às 23h45, na TV Brasil